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Guia Prático para determinar o erro máximo permissível de um termômetro

O erro máximo permissível é um requisito de medição fundamental para garantir a confiabilidade das medições e a comprovação metrológica de um processo de medição. Ao realizar uma calibração devemos sempre comparar seus resultados aos valores de erro máximo permissível definidos para evidenciar a adequação ao uso pretendido.

Já apresentamos um guia prático para definição do erro máximo permissível para balanças (clique aqui para ler o artigo). Nesse artigo vamos apresentar algumas maneiras de definir o erro máximo permissível para termômetros.

Recomendações de fabricantes

Uma fonte muito importante para a definição do erro máximo permissível de um termômetro é o próprio fabricante. Usualmente, um bom fabricante, vai apresentar informações sobre a precisão do instrumento, faixa de medição, resolução, temperatura de trabalho do instrumento, entre outras recomendações para seu uso adequado.

Por exemplo, a figura abaixo apresenta um termômetro Incoterm, modelo T-DIV-0118. As especificações apresentadas pelo fabricante podem ser utilizadas com o valor de erro máximo permissível, ou seja, ao enviar meu termômetro para calibração os resultados devem ser comparados à precisão definida pelo fabricante para garantir a adequação ao uso e o aceite dos resultados da calibração.

A exatidão é definida como ± 0,5ºC na faixa de medição de (-20 a 150)ºC e ± 1,0ºC no restante da faixa de medição. Assim, se a temperatura medida estiver dentro da faixa de (-20 a 150)ºC podemos considerar que o erro máximo permissível é de ± 0,5ºC.

Tolerância do processo/produto

Outra forma de definir o valor de erro máximo permissível de um termômetro é em acordo com a tolerância do processo ou produto. O controle de temperatura é muito comum em diferentes de tipos de processos. Usualmente, uma faixa de temperatura é estabelecida para garantir a qualidade do produto ou processo.

Por exemplo, em um processo de secagem de uma amostra é necessário colocar um amostra em uma estufa por 2h. A estufa deve estar a uma temperatura de 60 ± 6ºC para garantir que a secagem da amostra foi adequada. Assim o processo estabelece um valor de tolerância de ± 6ºC, essa informação pode ser utilizada para definir o erro máximo permissível do termômetro utilizado para medir a temperatura da estufa.

Para minimizar riscos aos processos é recomendada a utilização de um fator mínimo de ⅓ da tolerância do processo para a definição do erro máximo permissível. Assim para uma tolerância de ± 6ºC/3, temos um erro máximo permissível de ± 2,0ºC para o termômetro. O erro máximo permissível definido deve ser comparado com os resultados de calibração para garantir a adequação ao uso e o aceite dos resultados.

Normas e regulamentos técnicos

Outras fontes de informação técnica e muito adequada para definição dos valores de erros máximos permissíveis são as normas e regulamentos técnicos nacionais e internacionais. Em muitos casos as normas podem ser específicas para um tipo de instrumento ou um tipo de processo. Os valores definidos nas normas e regulamentos podem ser utilizados como o erro máximo permissível.

Por exemplo, no caso de balança, temos a portaria 236/94 do INMETRO que define os critérios metrológicos. No caso de termômetros de líquido em vidro temos a norma internacional ASTM E1-03 Standard Specification for ASTM Thermometers, que define as especificações padrões para os termômetros.

Outro exemplo que podemos avaliar é o uso de referências e critérios estabelecidos em normas ou regulamentos que definem processos ou produtos. A ANVISA recomenda em seu Guia para Qualificação de Transporte de Produtos Biológicos, publicado em 02/2017, um erro máximo de ± 0,5ºC para os registradores de temperatura utilizados nos processo de qualificação de embalagens utilizadas no transporte de produtos biológicos.

Referências
  • ABNT NBR ISO 10012 Sistema de Gestão da Medição
  • Vocabulário Internacional de Metrologia
  • Guia para a Qualificação de transportes dos produtos biológicos

 

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