Em acordo com o ISO GUM – Guia para expressão da incerteza de medição – Avaliação de dados de medição, todo resultado de uma medição só pode ser considerado completo se for acompanhado de sua incerteza associada, ou seja, da incerteza de medição.
Mas fica a pergunta, é só na calibração que temos essa incerteza? Infelizmente esse é um erro muito comum nas empresas. Toda medição tem uma dúvida associada, seja ela realizada em um laboratório de calibração ou em um laboratório de controle de qualidade dentro de uma indústria.
O resultado de uma medição sem uma incerteza associada não pode ser avaliado em relação a sua qualidade, não pode ser comparada com outra medição, não pode ser avaliado o risco, não pode ser utilizado para avaliar a conformidade, ou seja uma medição sem incerteza não tem utilidade e aplicação nenhuma.
A incerteza de medição da calibração
Ao realizar a calibração de um instrumento ou equipamento de medição devemos declarar a incerteza de medição associada ao resultado dessa calibração, ou seja, ao obtermos o erro de medição de um instrumento ou equipamento, precisamos conhecer qual a dúvida associada a esse erro.
Devemos ter em mente que a declaração da incerteza de medição em um certificado de calibração não pode ser considerada a incerteza de medição de quem usa esse instrumento ou equipamento. Usualmente a calibração de um instrumento de medição, realizado por um laboratório competente, é realizada sobre condições especificadas, com uma equipe devidamente qualificada, com procedimentos definidos, com aplicação de correções, etc.
A incerteza declarada em um certificado de calibração considera as fontes de incerteza definida pelo laboratório que realizou essa calibração em acordo como o seu método, por exemplo: a incerteza do padrão, a deriva do padrão, a resolução do instrumento, a precisão/repetitividade das leituras, a curva de calibração, etc. As fontes dependem da equação ou função de medição que o laboratório utiliza em acordo como seu método de calibração.
A incerteza de medição do processo
E para os casos de organizações como indústria, laboratório de análise clínica, inspeção e controle de qualidade, fabricação de medicamentos, avaliação da conformidade de ensaios, etc? Em todos os casos temos medições que são realizadas para comparação de resultados, tomada de decisão e definição de nível de qualidade.
Todas essas medições tem uma incerteza associada, mas na imensa maioria dos casos as empresas ignoram completamente isso. Por exemplo, quando enviamos um medidor de pH para um laboratório de calibração e recebemos um certificado deveríamos utilizar a incerteza declarada neste certificado para calcular a incerteza de medição de pH no laboratório de controle de qualidade.
Todas as medições realizadas nas empresas, seja para controle e inspeção da qualidade, pesquisa e desenvolvimento de novos processos e produtos ou para realizar análise de conformidade em um ensaio, deveriam ser acompanhadas de sua respectiva incerteza de medição para podermos avaliar o nível de qualidade dessa medição e , se ela pode realmente ser utilizada.
O resultado de uma medição com uma incerteza alta, ou seja, com baixa qualidade sendo utilizada pode mais prejudicar do que ajudar na busca pela qualidade e por melhores resultados nas empresas.
Um ponto muito importante é que o resultado de uma qualificação é a apresentação de um relatório que deve apresentar uma conclusão, ou seja, está ou não está qualificado? O mapeamento térmico não tem essa resposta.
Uma documentação prévia como um ERS (Requisito de especificação do usuário) e um protocolo de qualificação devem ser elaborado antes da qualificação e devem ser usados como referência para avaliar os resultados apresentados em um relatório de qualificação.
No artigo “Qualificação, o que é e para que serve?” apresentamos a importância sobre a qualificação de equipamentos ou áreas de armazenamento.
Como podemos ajudar a sua empresa?
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Conhecimento metrológico e suas aplicações são fundamentais para a busca da melhoria contínua e para garantir uma boa produtividade e ações assertivas, aumentando a lucratividade e reduzindo desperdícios.
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[1] INMETRO. Guia para avaliação da incerteza de medição – GUM 2008: Avaliação de dados de medição
[2] Brunetti, B. Desimoni, E. Uncertainty of measurement and conformity assessment. 2011
[3] Patkar, S. Upasani, K. Determining measurement uncertainty parameters for process calibration. 2015
[4] INMETRO. Vocabulário Internacional de Metrologia – VIM. 2012